Igual a Mim, Por Favor
“Por favor, sê tão estranho quanto eu… por favor, sê tão estranho quanto eu… por favor, sê tão estranho quanto eu…”
É isto.
A verdadeira oração moderna.
Não se reza mais por saúde, amor ou paz no mundo.
Agora, reza-se por alguém que não ache estranho dormir com meias do Snoopy, que entenda a necessidade de organizar os livros por cor (não por autor, isso é para selvagens), e que não ache esquisito falar com o cão como se fosse um diplomata da ONU.
O Encontro com o Desconhecido (também conhecido como “gente normal”)
Conhecer pessoas novas é como abrir uma embalagem de bolachas: pode correr muito bem, ou pode estar tudo partido, desfeito e a saber a cartão.
A expectativa?
Alguém excêntrico, com sentido de humor afiado, ligeiramente obsessivo com detalhes inúteis, e que saiba recitar as falas do “Love Actually” de cor.
A realidade?
Alguém que diz frases como:
“Eu não vejo televisão.”
“Não gosto de sarcasmo.”
e, pior…
“Nunca comi Nutella.”
Desculpa. Estás na fila errada. Volta para o casting dos humanos funcionais e emocionalmente equilibrados. Isto aqui é o departamento de excêntricos charmosos e altamente instáveis com graça.
Sinais de Esperança: O Riso Cúmplice
Mas depois, um milagre.
Um piscar de olhos, uma frase sem sentido, uma gargalhada em sincronia por algo completamente idiota — tipo imaginar o que diria Jane Austen se visse o TikTok.
E ali está:
A Estranheza Compatível™.
É raro, mas quando acontece, há um brilho especial nos olhos.
É o brilho de quem também já fingiu que a torradeira é um robô, que canta músicas épicas enquanto estende a roupa, e que responde ao espelho com sotaque britânico só para testar personagens.
O Manifesto dos Esquisitos Funcionais
Não queremos o normal. Já chega.
Já nos basta pagar contas, ir às finanças, lidar com chamadas de números desconhecidos e a eterna dúvida: “Será que já descongelei o frango?”
Queremos alguém que:
• Imite vozes em supermercados.
• Ria sozinho(a) no trânsito.
• Faça playlists para situações hipotéticas, como “música ideal caso eu tropece à frente do meu ex.
Queremos a alegria das pequenas esquisitices.
O delírio do “e se…?” levado ao limite.
Queremos alguém que, quando perguntamos “isto é estranho?”, responda com um sorriso cúmplice:
“Sim. E adoro.”
Conclusão: Estranhos, Uni-vos!
Este post é para ti, criatura peculiar.
Tu que te sentes fora de lugar em reuniões sociais mas perfeitamente em casa a falar com plantas.
Tu que já praticaste a tua cara para reagir a uma surpresa que já sabias.
Tu que escolheste o nome do teu futuro cão antes de escolher o do teu filho.
Não estás sozinho(a).
Estamos todos cá, a torcer para que a próxima pessoa que conheçamos seja tão maravilhosamente estranha quanto nós.
E se não for?
Bem…
Há sempre os Muppets. E chá. Muito chá.
Porque sim, a vida é melhor quando rimos com os nossos absurdos
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