Alien, YUP – O Eco do Nada
Ah, os mistérios do universo. Há perguntas que nos atormentam desde tempos imemoriais: qual é o sentido da existência? Há vida depois da morte? Porque é que o segundo par de fones que compras também avaria misteriosamente ao fim de três meses? Mas hoje, trago uma questão ainda mais enigmática:
O que se diz a um ghost-alien-YUP que acredita que ainda tem importância na tua vida, quando, na realidade, já não tem nenhuma?
Algo direto, como um singelo “Sai da minha vida, por favor, e leva o teu YUP contigo”?
Ou algo mais pragmático, como um educado “Go fuck yourself”?
Bom, senta-te, porque isto vai ser uma análise profunda.
Ghost Mode: ON
Primeiro, temos o ghost. A criatura mítica das mensagens vistas e não respondidas. Surge quando lhe apetece, desaparece no éter sem explicação e volta semanas depois com um único e imponente “YUP”.
Ah, o YUP. Essa obra-prima do minimalismo emocional. Uma palavra tão vazia que, ao lado dela, um copo de água parece o oceano Atlântico.
“Desculpa, mas… YUP o quê?”
YUP é um “sim” sem convicção.
YUP é um “estou aqui” que não quer estar.
YUP é a expressão máxima do desinteresse, servida num copo morno de indiferença passivo-agressiva.
E quando um ghost volta com um YUP, o que se faz?
Agradece-se pela manifestação espectral e espera-se que desapareça outra vez.
Alien de Outro Mundo
Depois, há o lado alienígena da coisa. Sim, porque este tipo de comunicação desafia qualquer lógica terrestre. Perguntas algo concreto e recebes um YUP. Tentas obter uma explicação e obténs… nada.
“Porque é que desapareceste?”
– YUP.
“Mas afinal, o que é que tu queres?”
– YUP.
“Foste honesto comigo?”
– YUP.
Que bela forma de comunicação! Parece quase um mantra existencial. Se me dissesses que pertences a uma seita espiritual onde o único voto é responder YUP a tudo, eu até acreditava.
Mas eu sei. Sei que não estou para isso. Sei que esta tua suposta simplicidade é a coisa mais trabalhosa e desgastante que já vi. Já me fez perder tempo, já me fez acreditar em mentiras tão pequenas que nem te apercebeste que as disseste.
E eu? Eu não estou mesmo nem aí.
Simplicidade Complicada
Admiro profundamente a forma como te descreves como alguém “simples”, enquanto transformas qualquer interação numa viagem ao Triângulo das Bermudas emocional. Mas vamos encarar os factos:
Um ghost não faz parte da vida de ninguém.
Um alien não faz parte da vida de ninguém.
E um YUP? Nem sequer faz parte da mesma galáxia.
Whatever it is, not for me, for sure.
Conclusão?
Se um ghost quer continuar a vaguear por aí, força. Mas longe. Porque eu já larguei os caçadores de fantasmas há muito tempo.
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