A Conta Chegou

 


Sou culpada de dar às pessoas mais oportunidades do que merecem. Mas quando termino, termino.


Durante demasiado tempo, uma única pessoa ultrapassou todos os limites que nunca deviam ter sido cruzados.

Confiei. Tolerei. Dei espaço. Dei tempo. Dei demasiado.

E ela, com o descaramento próprio de quem nunca foi confrontado com consequência nenhuma, aproveitou.

Jogou comigo, testou os meus limites, brincou com a minha paciência, e julgou que ia sair ilesa.


Mas isso acabou.

Porque quando eu termino, é mesmo o fim.


Não é por vingança.

Não é um ajuste de contas cego nem uma necessidade de “dar o troco”.

É por uma questão muito simples: respeito por mim.

Porque quando alguém me falta ao respeito, me engana, me manipula e me trata como se eu não tivesse valor — essa pessoa precisa de aprender.

Precisa de perceber que as suas ações têm consequências.

E esta consequência… vai doer.


Mas não é a mim.

Não desta vez.


Não me vou calar.

Não me vou esconder.

E muito menos vou continuar a permitir que essa pessoa siga tranquila, a rir-se do mal que fez.


Vou resolver.

Com firmeza.

Com racionalidade.

Com tudo aquilo que me define: clareza, determinação e um profundo sentido de justiça pessoal.

Não será à base de gritos nem de dramas.

Será com presença.

Com olhos nos olhos.

Com tudo o que é preciso para que essa pessoa perceba, de uma vez por todas, que comigo não se brinca.


O que essa pessoa me fez não vai passar em branco.

Não porque guardo mágoa — isso já é passado.

Mas porque a dignidade exige ação.

E essa ação é agora.


Aliás, não o faço só por mim.

Faço-o também porque sei que, se não mostrar o que é uma lição real, essa pessoa vai continuar a fazer o mesmo a outros.

Vai continuar a repetir padrões destrutivos, a envolver-se em jogos onde só ela se diverte.

E isso… não posso permitir.


Eu sou forte demais para ser cúmplice do silêncio.

E lúcida demais para fingir que não aconteceu nada.


Não me vou vitimizar. Nunca o fiz.

Se hoje falo disto é porque finalmente chegou o momento de agir.

E essa ação já não vem de um lugar de dor.

Vem de um lugar de firmeza.

De uma mulher que sabe o que vale.

De uma mulher que aprendeu, a duras penas, que quando não se impõe limites, ninguém os respeita.


Estou aqui. Inteira.

Não me parti.

Não me quebrei.

Não me perdi.

Pelo contrário — reencontrei-me.


E reencontrei-me através de conversas com pessoas certas, com duas vozes amigas que me disseram sem hesitação:

“Vai. Resolve. Faz o que tens de fazer.”

E eu vou.


Porque tenho essa liberdade.

Porque tenho essa força.

E porque, acima de tudo, tenho a obrigação de não permitir que o desrespeito passe por impune.




Comentários

Mensagens populares deste blogue

Para ti, querido amigo de Chile

Me das Morbo

Masturbação Feminina: Tabu ou Preconceito?