Há dias em que sou uma força da natureza. Consigo carregar o peso do mundo aos ombros, enfrentar os meus medos e encarar os desafios de frente. Nesses dias, sinto-me uma verdadeira guerreira: confiante, destemida, quase invencível. Mas, sejamos honestos, há outros dias em que sou tudo menos isso. Há dias em que mal consigo sair da cama, em que me sinto uma confusão completa — uma mistura de lágrimas, frustrações e dúvidas que se acumulam como se não houvesse amanhã.
A verdade é que a maioria dos meus dias está algures entre estes dois extremos. Sou uma combinação de força e vulnerabilidade, de coragem e fragilidade. E sabem que mais? Estou a aprender a aceitar isso como parte de quem sou.
Todos os dias estou aqui. Uns dias, de pé, pronta para a batalha. Outros, a arrastar-me, mas a continuar. E isso, para mim, já é um triunfo. Porque tentar não é fácil. Lutar quando nos sentimos despedaçados é exaustivo. Mas tentar, insistir, acreditar, mesmo quando tudo parece desmoronar… isso exige mais força do que ser simplesmente imbatível.
Talvez esteja na minha banda sonora mental o “Untitled, 2014” do G-Dragon, uma melodia que traduz o equilíbrio entre a melancolia e a esperança. Há qualquer coisa de poético em ouvir aquela voz enquanto me questiono: “Será que estou a fazer o suficiente? Será que sou suficiente?”. Mas no refrão, há uma espécie de resposta: mesmo no meio do caos, há beleza na tentativa, na persistência.
E quem me conhece sabe: nem sempre tenho tudo sob controlo. Às vezes, sou desorganizada, perco as chaves de casa (ou de mim mesma), esqueço compromissos e faço listas intermináveis que nunca sigo. Mas também sabem que, mesmo nos meus momentos mais difíceis, nunca desisto.
Ser humano é ser um mosaico de emoções e experiências. Sou feita de risos altos, de choros silenciosos, de sucessos inesperados e falhanços monumentais. Mas acima de tudo, sou feita de vontade. Vontade de continuar, de melhorar, de me reconstruir, peça por peça, sempre que for necessário.
A minha jornada não é perfeita, mas é minha. Cada cicatriz, cada erro, cada momento de superação faz parte do que sou. E se há uma coisa que aprendi ao longo do caminho é que, por mais duro que seja o dia, há sempre algo em mim que se recusa a desistir.
Por isso, este texto é para mim, mas também para quem, como eu, se sente por vezes no meio de uma tempestade interior. É para lembrar que estar aqui, lutar, tentar, mesmo quando tudo parece um caos, já é uma vitória. A força não está em nunca cair, mas em nunca parar de tentar levantar-se.
E enquanto a vida continua, sigo com a minha banda sonora, com o coração meio partido mas sempre a bater, sempre a lutar. Porque, no final de contas, todos os dias estou aqui. De pé, a lutar, a tentar. E isso é tudo o que importa.
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