Há momentos em que a comunicação parece transformar-se num verdadeiro enigma. Alguém diz algo, deixa no ar uma ideia ou insinuação, mas nunca chega a concretizá-la. Tentamos compreender, perguntamos o que se passa, mas acabamos sem resposta. E, honestamente, isso desgasta. Porque, no fundo, a comunicação não deveria ser um jogo de palavras, mas uma ponte que liga ideias e pessoas.
Reconheço que a forma de comunicar pode variar – seja por cultura, educação, idade ou até pela própria personalidade de cada um. No entanto, mensagens vagas ou intencionais, mas que nunca chegam a lado nenhum, criam um cansaço desnecessário. E, por mais que tente compreender e ajustar a minha abordagem, há momentos em que a paciência simplesmente desaparece.
O Enigma de Decifrar o Indecifrável
Normalmente, faço um esforço genuíno para entender as intenções por trás de mensagens ambíguas. Pergunto uma, duas vezes, com o objetivo de criar clareza e manter um diálogo saudável. Mas quando as respostas não chegam ou continuam a ser confusas, sinto que o meu limite se aproxima. Nessas alturas, só me apetece dizer: fuck you and your BS talk over me.
Não digo isto com dureza, mas com honestidade. Porque a comunicação, quando é transformada num enigma constante, desgasta qualquer um. E, para mim, a comunicação deveria ser simples – direta, mas também empática. Afinal, como dizem no Chile, “no le pongas tanto color”. Ou seja, não é compliques o que pode ser simples.
Comunicação é uma Ponte, Não um Labirinto
Todos podemos ter dias em que a clareza nos escapa – seja pelo cansaço, pelo estado emocional ou até pela falta de tempo para pensar nas palavras certas. Mas isso não pode ser um hábito constante. Se as mensagens são sempre cheias de nuances ou deixam tanto por dizer que exigem ser decifradas, a comunicação perde o propósito.
Falar, mesmo sobre assuntos complexos, não precisa de ser complicado. Uma mensagem clara é uma forma de mostrar respeito, não de ser brusco. Porque, no final, ninguém quer sentir que está preso num labirinto sem saída, tentando adivinhar o que o outro quis dizer.
Encontrar o Equilíbrio
A minha intenção aqui não é criar desconforto, mas sim partilhar como vejo a comunicação e a importância de sermos claros uns com os outros. Talvez esta seja uma diferença de gerações, talvez um reflexo de ritmos de vida distintos. E tudo bem – cachai? (“Entendes?”). Mas, para mim, não há nada mais valioso do que uma troca honesta e direta.
Por isso, se em algum momento parecer que perdi a paciência, é apenas o reflexo de dias intensos, de responsabilidades acumuladas e de um desejo genuíno por simplicidade e entendimento. No fundo, tudo o que peço é isto: falemos com clareza, sem jogos de palavras, e evitemos transformar conversas em enigmas desnecessários.
No final, o que importa é sermos sinceros, connosco mesmos e com os outros.
Porque, no fundo, acho que todos queremos o mesmo – que a comunicação seja uma ponte, e não um enigma que nos deixa perdidos.
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