Há dias em que sinto que o meu lugar neste mundo não existe. Não porque eu não queira pertencer, mas porque a energia que me rodeia muitas vezes parece desalinhada com aquilo que sou. É como se vivesse num constante desalinhamento com o que me rodeia, numa frequência completamente diferente. É quase como se tivesse vindo parar ao planeta errado – como se, no fundo, fosse um alien que aterrou por engano num sítio cheio de barulho, egos e expectativas desnecessárias.
E depois, claro, há as pessoas. Sempre as pessoas. Algumas entram na nossa vida como tempestades: avassaladoras, mas passageiras. Outras, no entanto, são como pesos amarrados aos pés, impedindo-nos de seguir em frente. Escolhem perder-nos, em vez de tentar melhorar. Preferem continuar a afundar-se nos seus padrões tóxicos do que encontrar um espaço para mudar. E sinceramente? Cansa.
Houve momentos em que tentei ser o pilar, o suporte, o ombro amigo, o que perdoa, o que tenta compreender. Mas chega a um ponto em que percebo que não se pode mudar ninguém. Não posso arrastar alguém para o melhor de si mesmo se essa pessoa escolhe continuar no mesmo ciclo. E eu? Eu já carrego o suficiente: as minhas dúvidas, as minhas inseguranças, os meus próprios demónios. Não tenho espaço para carregar mais ninguém que insista em ficar no escuro.
Custa-me dizer isto – porque não é o meu feitio desistir de pessoas – mas há alturas em que simplesmente tenho de me afastar. Mudar de lugar e seguir em frente. Não porque não me importe, mas precisamente porque me importo… comigo mesma. E se há algo que aprendi nos últimos tempos é que, por mais que queiramos cuidar dos outros, temos de aprender a cuidar de nós primeiro.
O mais curioso é que, nos momentos em que sinto que finalmente estou a libertar-me desse peso, aparecem outros “aliens” na minha vida – e não no bom sentido. Pessoas que parecem vir de um outro mundo, que trazem ainda mais drama, ainda mais ruído, ainda mais confusão. Honestamente, não sei se atraio este tipo de energia ou se simplesmente estou demasiado consciente dela. Mas sei que não tenho paciência para mais. Chega de tentar decifrar intenções dúbias, chega de tolerar jogos emocionais, chega de carregar pesos que não me pertencem.
E sabem que mais? Fuck some of you. Estou cansada de me preocupar com opiniões, de tentar ser tudo para todos, de manter a paz a qualquer custo. Há alturas em que simplesmente já não me importo. Não porque tenha deixado de sentir, mas porque sinto demasiado. E esse excesso desgasta-
Então, hoje, escolho priorizar-me. Escolho mudar de lugar e seguir. Porque, no final das contas, o único alien com o qual eu preciso de aprender a viver sou eu mesmo.
Que fique claro: quem quiser permanecer ao meu lado, que venha com intenções claras e coração limpo. O resto… que fique para trás.
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