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Some Things Can’t Be Fixed (E eu sou essas coisas)

 


A contagem decrescente já começou. Não para o ano novo, não para um ciclo cósmico qualquer, mas para mim. Dentro de dias, somo mais um ano à minha existência — mais 365 dias de caos, de tentativas falhadas, de planos que nunca saem do papel, mas também de momentos gloriosos de pura teimosia e sobrevivência.

Todos os anos, a mesma história: promessas feitas ao espelho, listas de resoluções que não sobrevivem à primeira semana, aquela ilusão momentânea de que desta vez sim, agora vai tudo mudar!. Mas não vai. E está tudo bem.


Porque algumas coisas não podem ser consertadas.

E eu sou essas coisas!

O Grande Concerto da Autoaceitação

Se a vida fosse uma sinfonia, eu seria a nota errada tocada com demasiada confiança. O violino que desafina no clímax, a percussão que entra antes do tempo. E a ironia suprema? Em vez de tentar corrigir-me, aprendi a aplaudir o caos.

Talvez a grande revelação da maturidade seja esta: há falhas que não são falhas, são identidade. Há desastres que não são acidentes, são estilo de vida. Há planos de “este ano vai ser diferente” que não são mentiras, são apenas tradições.

Uma Longa História de Pequenos Apocalipses

Eu tentei. Juro que tentei. Já fiz terapia, li livros de autoajuda, fiz listas de hábitos saudáveis. Já tentei acordar cedo e ser produtiva, já bebi chá de camomila e fiz journaling. Já tentei ser a versão melhorada de mim mesma, aquela que responde às mensagens a tempo, que não adia prazos, que sabe sempre onde estão as chaves de casa.

Mas a verdade é simples e devastadora: eu sou irremediavelmente eu.

O despertador toca e ignoro. O email chega e finjo que não vi. O ginásio chama e eu mando para voicemail.

E está tudo bem.

Mais Dias de Anos no Meu Caótico Reino

Há quem veja os dias de anos como renascimentos, oportunidades para recomeçar, para finalmente “ter tudo sob controlo”. Mas e se, em vez de tentar arranjar o que não se parte, apenas aceitarmos que algumas coisas são eternamente desalinhadas? E se o segredo da felicidade não for consertar-nos, mas aprender a decorar a nossa ruína com luzinhas de celebração?

Então que venham mais dias de anos. Com os seus erros repetidos, as suas resoluções esquecidas, os seus “depois eu faço” adiados até ao infinito. Eu estarei aqui, de copo na mão, a brindar à gloriosa e imutável confusão que sou.

Some things can’t be fixed. It’s me. I’m things.






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