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A mostrar mensagens de outubro, 2006

TER PACIÊNCIA

Aos pobres de mão estendida, quando se rejeita a esmola, diz-se:”Tenha paciência”. Nas situações mais difíceis em que alguém narra o seu desgosto por um filho que não atina, um pai que está doente ou alguém que se porta mal sem resolução à vista, há sempre alguém que sussurra:”É preciso ter paciência”. Quando se espera e desespera numa fila de trânsito, numa urgência de hospital, num processo judicial, em pano de fundo vai martelando como ladainha de auto convencimento o:”há que ter paciência”. Chega-se a dias que se desiste. Do exame, do emprego, do amigo, da família, de um certo estilo de vida ou, até, de um sonho porque “já não há paciência”. A paciência, sobretudo a que se tem, costuma ser referida como uma virtude. A virtude que se usa ou se tem para suportar resignadamente injurias, maldades, desfeitas, humilhações e, já agora, atrasos, esquecimentos, abandonos e sucedâneos. A paciência que não se tem é, por seu turno, um defeito. Um defeito, se não grave, pelo menos incómodo, já