Amizades: O Manual de Instruções Que Ninguém Lê
As amizades verdadeiras são como plantas exóticas: raras, delicadas e exigem cuidados constantes. Mas, claro, todos sabemos que basta regá-las uma vez por ano e deixá-las ao sol escaldante da indiferença para que floresçam esplendidamente… ou talvez não.
É curioso como tratamos os amigos como se fossem mobília antiga: estão ali, sempre presentes, prontos para uso quando nos convém. E quando começam a ranger ou a mostrar sinais de desgaste? Bem, há sempre a opção de os encostar num canto escuro do sótão emocional.
Depois, vem a surpresa teatral quando percebes que aquele amigo, que negligenciaste durante anos, finalmente decidiu partir. “Como pôde?” – perguntas, enquanto ignoras as inúmeras mensagens não respondidas e os convites declinados com desculpas esfarrapadas.
A verdade, por mais desconfortável que seja, é que as amizades não são contratos vitalícios. Elas precisam de manutenção, de atenção, de gestos que demonstrem que nos importamos.
Caso contrário, transformam-se em meras recordações de tempos passados, como fotografias desbotadas num álbum empoeirado.
Portanto, da próxima vez que pensares que um amigo estará sempre lá, independentemente de tudo, talvez seja sensato reconsiderar.
Porque, tal como uma planta que murcha sem água, uma amizade definha sem cuidado. E quando morre, não há rega que a ressuscite.
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