Todos nós já estivemos lá. Aquele momento em que te apercebes que alguém está a sugar a tua energia, tal como uma bateria que descarrega sem que sequer estejas a usar o telemóvel. A pessoa não traz nada de positivo, só caos e desgaste emocional. E, de repente, surge na tua cabeça a frase: “Pára, não vais roubar a luz do meu viver”. Porque a minha luz é preciosa demais para ser desperdiçada.
Vivemos numa sociedade onde falamos muito sobre proteger a nossa privacidade, os nossos dados, até o saldo do banco – mas quem fala de proteger a nossa energia vital? Essa luz que nos faz sorrir mesmo nos dias cinzentos, que nos mantém motivados quando as coisas não correm como planeado. A verdade é que há pessoas que são verdadeiras “ladrões de luz”, e nem precisas de lhes dar permissão. Eles simplesmente chegam, instalam-se e começam a sugar a tua vitalidade com as suas críticas, dramas e pessimismo crónico.
Sabes de quem estou a falar, certo? Aquele colega de trabalho que faz tudo parecer uma tragédia grega. Ou aquele amigo/a que te procura apenas para reclamar sobre o universo, a humanidade, e até sobre o tempo (mesmo quando está sol!). São aquelas pessoas que, em vez de trazer um raio de sol, aparecem sempre com uma nuvem carregada.
E é aqui que entra a necessidade de um chega para lá subtil, mas eficaz. Não estou a sugerir que vás criar uma cena dramática ao estilo de uma novela mexicana – por mais tentador que isso possa ser. A ideia é algo mais subtil: impor limites! Olha para isto como uma forma de manutenção preventiva da tua sanidade. Porque, se não cuidares de ti, ninguém o fará.
Imagina a tua luz como um daqueles faróis que guiam os navios durante tempestades. Se alguém se aproxima com a intenção de apagar a tua chama, é importante ser firme e dizer: “Aqui, não.” Porque, convenhamos, ninguém precisa de mais drama desnecessário. Tenho um propósito, sonhos, e aquela luz interna que me distingue de todos os outros. Deixar que alguém me apague só para evitar um confronto? Não, obrigado.
Agora, claro, há uma arte em dizer “não” sem parecer rude ou insensível. Podes sempre usar o clássico “Olha, gosto muito de ti, mas neste momento preciso de focar-me noutras coisas.” Ou, se te sentires mais ousado, um “Estou a fazer uma desintoxicação de drama, e os teus níveis de toxicidade estão a exceder o recomendado.” (Ok, talvez não essa última, a não ser que tenhas um sentido de humor muito apurado.)
O importante é perceber que, ao dar este passo, não estás a ser egoísta, nem insensível. Estás a proteger aquilo que te faz único. Não se trata de cortar pessoas da tua vida, mas sim de colocar barreiras onde elas são necessárias. É como no aeroporto: há uma linha de segurança, e nem tudo ou todos podem passar. A tua luz merece essa proteção.
No final de contas, é a tua vida. E só tu tens o poder de decidir quem tem acesso à tua energia e quem não tem. Às vezes, a maior demonstração de amor-próprio que podemos dar a nós mesmos é um simples, mas poderoso: “Pára. A luz é minha, e não vais apagá-la.
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