Há muita mulher “doida varrida” por aí. É impossível não haver.
Nós nascemos com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem paixão, a vida não vale a pena ser vivida, e dar-lhe o uso do nosso poder de sedução para encontrar o "the big one", aquele que será inteligente, másculo, ou não, que se importará com nossos sentimentos e não nos deixará nunca na mão.
Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo? Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, e fingir, às vezes, que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo para o alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e cafetina, sei lá, diga aí uma fantasia secreta, pois a sua imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu não conheço muitas mulheres como eu...
Pense em qualquer uma que conheça e diga-me se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascinante!
Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham.
Esta nossa insanidade tem um nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.
Só as cansadas é que se recusam a levantar o rabo da cadeira para ver quem está lá fora. E santa, fica combinado, não existe.
Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Terá que concordar comigo: só sendo louca de pedra.
Quer saber? Até acho que um pouco de doidice faz bem. Não dá para se ser muito certinha, viver de uma forma muito correta, e a fazer o “bêabá” da forma que todos esperam que nós o façamos.
Eu sei o que
quero para mim. Além de batalhar pelas coisas que eu quero, também tenho um
pouco de sorte. Sei que sim. Sorte por ter no meu caminho pessoas que me dão
apoio e estrutura. Porque todas nós precisamos destes quando o mundo parece
feito de desenhos animados.
Acho que certas pessoas aparecem na nossa vida por algum motivo!
Algumas ensinam-nos, outras aprendem. É uma via de mão dupla.
E penso o seguinte: se alguém aparece na minha vida e eu poder ajudar, ajudo. Acho que é a minha obrigação. Não sou de desperdiçar oportunidades, talvez porque já tenha desperdiçado um punhado delas no passado.
O mundo e as
pessoas mudam muito rápido. Hoje a pessoa de quem gosta está aqui, amanhã pode
não estar. Hoje pode ter um emprego, amanhã pode não ter. Hoje pode dormir com
a frase entalada na garganta, amanhã o dia nasce de outra forma, com outra cara
e a frase pode ficar perdida no meio do nada. Ou pode deixar de ter sentido.
Acredito que todo o mundo tem um poder. E nós podemos sim, mudar as coisas.
Chamem-me de idealista. De sonhadora. E de louca. Sou tudo isso! Mas ainda acredito nas pessoas e nas mudanças.
“Adoro cicatrizes, tatoos da vida. Me fazem lembrar que eu fui mais forte do que aquilo que me feriu...”
Rita Lee
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