CANTO DA CEREJA

  É por que ser feliz dá algum trabalho, que está na hora de pôr mãos à obra. Vou de férias e volto quando me apetecer! Caio sempre num padrão de aqui voltar quando ando entusiasmada com algo ou alguém. Desta vez um miúdo graúdo, e de uma amizade perdida. É, pois, hora de jogar fora o que não valeu, o que não deu, o que não interessou. É também hora de guardar novas lições num frasco fechado, para eu olhar de vez em quando, de modo a que não volte a correr o risco de repetir tudo novamente. Sem mágoas, pois gosto muito de quem me refiro! De dizer adeus aos pensamentos que valem um enorme sorriso, pois só o que é mesmo bonito merece ser guardado de forma especial.  De jogar fora as chaves que me prendem a este lugar tão cómodo e tão apertado chamado “ canto da cereja ” e de me soltar... há uma vida linda ali fora que me espera inteira para dar a partida e (re)começar. A vida é uma jornada, ela não leva a um destino exato, mas a uma transformação. Até jazzzzzzz!    

  Há dias resolvi rever o filme "28 dias".     Vi-o pela primeira vez em rehab e por vezes gosto de o rever para não me esquecer de onde vim, e o perigo que podem ter na minha vida certos comportamentos meus, e que os repito de uma forma consciente e constante. Este filme passa-se numa uma clínica de reabilitação para adictos em drogas. A protagonista (Sandra Bullock) tinha problemas com álcool, mas os outros personagens tinham diversos tipos de adições: heroína, cocaína, medicamentos e tudo mais o que se pode imaginar. Um pouco como eu… Dentro da clínica nenhum tipo de droga era permitido (claro!), nem um mero paracetamol para dor de cabeça, nada. Sexo também era proibido. A única coisa permitida era o cigarro. Julgo que em todas as clínicas de rehab , há exceção dos NARCONOR da Igreja da Cientologia, fumar é permitido. Pela minha história de vida, sempre gostei deste tipo de filmes que falam sobre dependência química. De certa forma conforta-me ver outra

    O underground é um estranho brilho no olhar. Onde nada é proibido, tudo é proibido. Vai ser como o gatsby , mas numa onda bem mais punk . Oh meu punk que crista perdida... Eu queria ser normal ao menos por um dia. Seria bom ver como as pessoas normais veem o que eu vejo. Se é da mesma forma ou não, se a loucura é uma questão de visão ou apenas uma definição para quem foge o mínimo que seja do “padrão de fábrica”.