Há momentos em que a espera por uma notícia parece consumir-nos lentamente. Sabemos o que está para chegar. Conseguimos ver o desfecho a formar-se, peça por peça. E, no entanto, quando a confirmação finalmente chega, ainda somos atingidos por um murro emocional – aquele desconforto silencioso e inevitável que não conseguimos ignorar. Mas porque é que algo que já esperávamos ainda consegue doer? Talvez seja porque, enquanto há espera, há uma brecha para a esperança. Mesmo sabendo, racionalmente, que o desfecho está decidido, parte de nós anseia por um desvio do destino, uma reviravolta, um milagre. É esse espaço entre o “provável” e o “e se” que mantém a incerteza viva e o nosso coração em suspensão. Quando a realidade nos confronta, não há para onde fugir. Aquele conforto frágil da dúvida desaparece. Ficamos sozinhos com a verdade – e com as emoções que ela carrega. O Desconforto Silencioso É normal sentir apatia. Talvez um vazio. Ou tristeza, pura e crua. Não há uma reação certa...
Eu gosto das pessoas incomuns. Das ovelhas negras. Dos patos estranhos. Daquelas que nunca parecem encaixar-se nos lugares onde todos os outros pertencem. Gosto das que caminham à margem, observando em silêncio enquanto o mundo se apressa, distraído . São aquelas que veem a vida de uma forma diferente, que fazem perguntas que ninguém mais ousa fazer. As excêntricas, as artistas, as sonhadoras. Gosto de quem pinta fora das linhas, não porque não saiba seguir as regras, mas porque as regras nunca foram feitas para elas. Tenho uma afinidade profunda com estas almas singulares. Talvez porque também me sinta assim, desalinhada do que a sociedade insiste em rotular como normal. Identifico-me com os que guardam em si uma intensidade que, para muitos, parece estranha ou deslocada. As introspectivas, as pensadoras, aquelas que carregam no coração histórias que poucos conseguem compreender. Há algo de bonito e verdadeiro nessa diferença – não na estranheza, mas na autenticidade. E identif...