E Saí com Estilo
Há momentos na vida em que só há uma coisa sensata a fazer: olhar em volta, levantar a sobrancelha, inspirar profundamente e dizer, com a mais genuína elegância interior:
“Sou demasiado brilhante e fabulosa para esta palhaçada.”
E depois virar costas. Com classe.
(E, se possível, com vento a soprar no cabelo.)
Porque, convenhamos, há uma altura em que já não dá para fingir que estamos a lidar com adultos. Quando o nível de disparates atinge o ridículo e o argumento mais sólido do outro lado é um “não sei” com entoação dramática e vocabulário emocional de uma torradeira, resta-nos apenas uma opção viável: fazer exit à Grace Kelly.
Sim, falo daqueles momentos em que a conversa parece escrita por argumentistas de uma novela barata. Daquelas em que ninguém ouve ninguém, os argumentos são circulares e as desculpas soam como se tivessem sido criadas por um gerador automático de asneiras emocionais.
E não, não é arrogância. É auto-preservação com brilho. É sensatez com salto alto. É olhar para o espelho e pensar: “Com esta inteligência toda, este carisma, esta capacidade de fazer um bom eyeliner… e eu a gastar energia com isto?”
Houve um tempo em que engolíamos sapos. Hoje? Só sushi, obrigada.
Chega uma fase — que devíamos atingir mais cedo, mas enfim, aprendemos como podemos — em que compreendemos que nem toda a gente merece a nossa paciência. Nem o nosso tempo. Nem sequer a nossa ironia bem aplicada. Porque há situações que não são dignas de resposta. São dignas de desprezo educado e uma saída silenciosa com um ligeiro sorriso.
“Walk away”, diz a frase.
Não é fugir. É recusar participar no teatro do absurdo.
É saber que o nosso tempo vale mais do que tentar dar lógica ao ilógico, profundidade ao raso e coerência ao contraditório.
E sim, há quem diga que estamos a exagerar.
Esses, normalmente, são os mesmos que acham que manipulação emocional é uma “diferença de perspectiva” e que omitir é “poupar sofrimento”.
Com esses, nem walk away. É sprint mesmo.
A verdade? Tu sabes quem és. Sabes o que vales. E sabes, lá no fundo, que quando o ambiente começa a cheirar a caos disfarçado de charme, o melhor é pegar na dignidade, ajustar a postura… e sair.
Porque não, não estamos aqui para educar ninguém. Nem para perder noites com mensagens mal escritas, justificações tontas ou silêncios culpados.
Estamos aqui para brilhar.
E para rir disto tudo depois.
(Com uma taça de vinho. Ou duas.)
Comentários