Faz uns anos que conheci o meu Surfista. Veio até mim, instrutor de nada senão da alma e mais qualquer coisa de especial. Desconfiada, até porque, de surf pouco sabia e dele nada mesmo. Batia-lhe o cabelo depois dos ombros, como suposto, e carregava nas bochechas horas de sol. Os olhos escuros sorriam por si, sem precisarem da ajuda da boca, tal como sempre imaginei. Foi ele quem me viu primeiro. Robin Sharma escreveu uma vez que para nos encontrarmos precisamos de um Santo, de um Surfista e de uma Executiva, porque cada uma das personagens traz vírgulas bonitas para a nossa história. E, por isso, faz uns anos que conheci o meu Surfista. Sentíamos os dois o quente dos paralelos e a rigidez da pedra, quando as raízes que os corpos criavam no chão o trouxeram até mim. A nossa diferença de idade era abismal, mas nem por isso houve falta de interesse mútuo. Confesso, não estava atenta, mas interessada. Aconteceu tudo muito ao acaso. Foi tudo muito intenso e durou apenas o que e...