Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de 2025

Mais um ano, mais uma oportunidade

  Hoje faço anos. Quantos? Pouco importa. Se gostam de números, nasci a 16 de fevereiro de mil novecentos e troca o passo. Façam as contas se quiserem, mas não me perguntem a idade – porque, com tantos tropeços pelo caminho, às vezes nem eu sei bem. O que interessa é que foram anos vividos, alguns inesquecíveis, outros que dispensava, e um ou outro que podiam ter ficado na gaveta do universo. Houve anos de sorte. De infância feliz. De um pai excecional, que deixou marcas que nunca se apagam, de uma mãe presente. De uma irmã que se tornou uma excelente amiga num momento certo, quando o chão parecia falhar, que apareceu quando mais precisei, dando-me carinho e apoio. De um irmão que adoro, que na adolescência foi o meu cúmplice de loucuras, mas que, com o passar dos anos e a construção da sua própria família, seguiu o seu caminho e a vida tratou de nos afastar um pouco. Houve anos de aprendizagem – e, diga-se, de aprendizagens duras. Fui mestre em meter-me onde não devia, em dar pal...

Uma Tristeza Seca

  Ontem estava triste. Não foi por um motivo específico, nem por dois, nem por três. Foi por tudo e por nada ao mesmo tempo. Uma tristeza geral, como se a minha alma tivesse decidido entrar em greve sem me dar qualquer explicação. E o mais curioso? Estou numa fase em que, teoricamente, até deveria estar feliz. Mas a teoria nunca foi o meu forte. A verdade é que a vida já me ensinou que, quando sinto que algo não vai acontecer, é porque não vai me smo. Não sei se é o sexto sentido feminino ou se é apenas a experiência de vida a fazer o seu trabalho. Mas há sinais que são tão óbvios que já nem me dou ao trabalho de tentar enganar-me. Já sei o desfecho antes mesmo da história começar. E estou triste. Não consigo explicar bem porquê, mas sinto que uma série de coisas se foram acumulando dentro de mim, e agora estão todas aqui, a pesar. Algumas pessoas da minha vida foram-se afastando com o tempo, outras fui eu que afastei, porque deixaram de fazer sentido. E há ainda aquelas das qu...

I Am Grouchy

I don’t know if it’s exhaustion, frustration, or just the weight of too many unspoken thoughts, but today, I am grouchy . Not in the playful, harmless way where a little teasing or a nap could fix it, but in the way that makes everything feel heavier than it should.   It’s the kind of grouchy that stems from disappointment—from things that don’t happen the way they were supposed to, from people who say one thing and do another, from expectations I foolishly held onto, thinking maybe, just maybe, this time would be different. It’s the exhaustion of caring too much, of overthinking, of trying to navigate emotions that feel like shifting sand beneath my feet.   I am tired. Not physically, not in the way that sleep could fix, but in the way that sits in your chest, in the spaces between your ribs, in the way your mind replays conversations and moments, trying to make sense of them when maybe there’s no sense to be found.   I don’t want to talk. But at the same time, I do. I ...

The Weight of Indecision

There’s something deeply unsettling about people who can’t seem to decide—who ask for favors, make plans, create expectations, and then, halfway through, pull away without a clear reason. They leave behind a trail of vagueness, as if words are mere placeholders for feelings they don’t quite understand themselves.   I try to be patient. I try to tell myself that not everyone operates the same way, that maybe their hesitation isn’t intentional, that perhaps they’re just wired differently. But how do you keep giving the benefit of the doubt when the pattern repeats itself? When every agreement feels like a loose thread, unraveling the moment you try to hold onto it?   It’s frustrating. It’s exhausting. And, if I’m being honest, it’s disheartening. Because when someone repeatedly leaves you hanging—when their words lack weight, when their commitments feel like whispers in the wind—you start questioning everything. Can I trust them? Should I trust them? Or am I just setting m...

Bem-te quero, mal-te quero: The Story of My Life

  Life has always felt like a tug-of-war between what I desire and what I fear. Between holding on and letting go. Between moments of warmth and the inevitable chill that follows. I’ve loved deeply, only to watch that love slip through my fingers like sand. I’ve longed for things that, once they were mine, no longer felt like they belonged to me. There’s a strange contradiction in wanting something so badly, only to doubt it the moment it’s within reach. Maybe it’s fear, maybe it’s self-sabotage, or maybe it’s just the way life teaches its hardest lessons. Somewhere along the way, I learned that “forever” is a fragile word. That promises, no matter how sincere, can be broken. That love and pain often walk hand in hand, and sometimes, the difference between them is just a matter of time. And yet, I keep wanting. Hoping. Trying. Because no matter how many times I’ve whispered “never again” to myself, my heart always seems to have a different plan. Maybe that’s what it means to be hu...

O Peso das Relações Vazias

Tive um sonho. Sonhei que caminhava por uma estrada longa, onde algumas pessoas andavam ao meu lado, enquanto outras ficavam para trás. No início, tentei chamar aquelas que se afastavam, tentei trazê-las de volta, mas os seus passos tornaram-se cada vez mais distantes. No sonho, senti uma tristeza momentânea, mas continuei a caminhar. Foi então que encontrei um velho sábio sentado à sombra de uma árvore. Ele olhou para mim com serenidade e disse: “ Nem todas as pessoas que entram na tua vida vieram para ficar. Algumas são apenas capítulos, não o livro inteiro. Se alguém se afasta, não corras atrás. Deixa ir. Porque quem quiser caminhar contigo, caminha por vontade, não por obrigação. ” Acordei com estas palavras gravadas na minha mente. E, ao longo do dia, fui percebendo que a vida já me tinha mostrado esta lição tantas vezes. Nem sempre é fácil admitir, mas há relações que nos pesam mais do que nos acrescentam. Pessoas que estão presentes, mas nunca realmente perto. Pessoas que envia...

How to Fuck Off and Never Look Back

  There’s an art to leaving. Not just the casual “I think I’ll head out now” kind of leaving, but the full-scale, burn-the-bridges-and-salt-the-earth kind. The kind that says, I was here, I saw enough, and now I’m fucking off into the sunset, never to return. The problem? Most people don’t know how to truly fuck off. They hesitate. They linger in doorways. They peek back over their shoulders like some tragic main character in a shitty indie film. They whisper, Maybe I should give it one more shot, even when every possible sign—written in bold, blinking neon—screams, FUCKING RUN. And that’s where the real skill comes in. The fine, delicate, yet entirely necessary art of fucking off, completely, permanently, and with just the right amount of flair. Step One: Recognize the Moment to Leave If something—or someone—is draining your joy, your energy, or your will to live, that’s your cue. No need for deep reflection. No need for a pros and cons list. Just go. If it makes you cry, question...

Some Things Can’t Be Fixed (E eu sou essas coisas)

  A contagem decrescente já começou. Não para o ano novo, não para um ciclo cósmico qualquer, mas para mim. Dentro de dias, somo mais um ano à minha existência — mais 365 dias de caos, de tentativas falhadas, de planos que nunca saem do papel, mas também de momentos gloriosos de pura teimosia e sobrevivência. Todos os anos, a mesma história: promessas feitas ao espelho, listas de resoluções que não sobrevivem à primeira semana, aquela ilusão momentânea de que desta vez sim, agora vai tudo mudar!. Mas não vai. E está tudo bem. Porque algumas coisas não podem ser consertadas. E eu sou essas coisas! O Grande Concerto da Autoaceitação Se a vida fosse uma sinfonia, eu seria a nota errada tocada com demasiada confiança. O violino que desafina no clímax, a percussão que entra antes do tempo. E a ironia suprema? Em vez de tentar corrigir-me, aprendi a aplaudir o caos. Talvez a grande revelação da maturidade seja esta: há falhas que não são falhas, são identidade. Há desastres que não são a...

Mil Facetas, Uma Essência

  Olha bem para mim. Achas que me conheces? Achas que já decifraste todos os meus mistérios, que deslindaste cada camada da minha pele, cada dobra da minha alma? Cuidado com essa confiança. Já vi muitos acharem que tinham o mapa do tesouro e acabarem perdidos no labirinto. És daqueles que gostam de certezas? Então, lamento desiludir-te. Hoje, posso ser tempestade, amanhã, brisa leve. Posso ser um incêndio que consome ou a água que apaga. Sou quem sorri com doçura e quem fere com um olhar. Quem se dá por inteiro e quem desaparece sem aviso. Uma caixinha de surpresas, dizem. Talvez um enigma sem solução. Talvez apenas alguém que se recusa a caber em rótulos, a vestir a previsibilidade como uma segunda pele. A questão não é saber quem eu sou. A questão é: estás preparado para nunca saber? Se precisas de regras fixas, se anseias pelo conforto do que não muda, vais cansar-te depressa. Aqui, a única garantia é a mudança. Hoje, sou um poema doce; amanhã, um sarcasmo afiado. Hoje, sou po...