Hoje faço anos. Quantos? Pouco importa. Se gostam de números, nasci a 16 de fevereiro de mil novecentos e troca o passo. Façam as contas se quiserem, mas não me perguntem a idade – porque, com tantos tropeços pelo caminho, às vezes nem eu sei bem. O que interessa é que foram anos vividos, alguns inesquecíveis, outros que dispensava, e um ou outro que podiam ter ficado na gaveta do universo. Houve anos de sorte. De infância feliz. De um pai excecional, que deixou marcas que nunca se apagam, de uma mãe presente. De uma irmã que se tornou uma excelente amiga num momento certo, quando o chão parecia falhar, que apareceu quando mais precisei, dando-me carinho e apoio. De um irmão que adoro, que na adolescência foi o meu cúmplice de loucuras, mas que, com o passar dos anos e a construção da sua própria família, seguiu o seu caminho e a vida tratou de nos afastar um pouco. Houve anos de aprendizagem – e, diga-se, de aprendizagens duras. Fui mestre em meter-me onde não devia, em dar pal...