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Voltei de Férias...

 

Voltei de férias e atualmente rendida por uma aplicação de encontros que desconhecia por completo.

Após uma breve, muito breve desilusão, uma amiga meteu-me nisto. Ainda pensámos ir juntas para uma escola de dança e conhecer pessoas novas.

Gostei da ideia. De ir aprender a dançar o tango, o Chá Chá Chá, o Paso Doble e o Jive. Sempre me fascinaram estes tipos de danças. Contudo, o primeiro intuito era o de conhecer novas pessoas e só depois as danças.

Mas foi mais fácil para a minha amiga apresentar-me uma aplicação de encontros uma vez que o telemóvel estava mesmo ali à mão.

Ela explicou-me que nessa dita App eram as mulheres a darem o primeiro passo, sem risco de serem incomodadas por estrupícios da vida. Fiquei a pensar no assunto e ponderadamente, ou talvez não (ainda estou para perceber o que me levou a tomar o primeiro passo) resolvi aventurar-me. 

Falei com um, e eliminei, falei com o segundo e voltei a eliminar até que chegou o terceiro. Com um discurso agradável, coerente e sobretudo respeitoso. As perguntas foram sempre colocadas com graça e deixei-me ir…

Após alguma pesquisa sobre esta App, embora no início ela tenha nascido para ser um espaço confortável de namoro para as mulheres, hoje é muito mais do que isso. Além da procura de um companheiro, esta App também conta com um espaço para encontrar novos amigos e até fazer contactos de trabalho.

E o que posso dizer sobre o que me aconteceu? Embora seja tudo muito recente, a experiência tem sido ótima!

Fiquei, digo novamente, absolutamente rendida pelo poder das relações virtuais.

Acredito que é possível conhecer alguém por mensagens, sentir-me atraída por mensagens, odiar por mensagens, passar da escrita para o virtual da conversa do WhatsApp, tornando tudo muito mais real.

As palavras escritas no computador podem muito. As palavras ditas por WhatsApp idem. Mas nem sempre olham a verdade.

Hipoteticamente (porque tantas vezes me acontece): São sete horas de uma manhã chuvosa. Não dormi bem à noite. Ponho a tocar um som instrumental que deixa as minhas emoções à flor da pele. Vou para o computador e começo a escrever para esse alguém especial que, entretanto, até já o vi (virtualmente falando) as coisas mais íntimas que me passam no coração. Choro. Escrevo. Olho para a chuva. Escrevo mais um pouco. Envia pelo WhatsApp.

São onze horas da noite desse mesmo dia. O destinatário da minha mensagem está a dar uma festa. Algumas pessoas falam alto, riem muito, e flui uma grande alegria.

Ele vai até ao telemóvel, ou ao computador. Abre a minha mensagem. Um texto longo que ele lê com pressa. Destaca algumas palavras: "a saudade é tanta... sozinha demais... dividir o que sinto..." Responderá amanhã. E apaga o que lê.

O que acabo de dizer é num mundo do hipotético, mas serve para descrever onde quero chegar:

Alguém pode escrever/falar/exprimir-se com raiva, com dor, com ironia, escrever com dificuldade, escrever pervertendo, ou de uma forma apressada, por obrigação ou mesmo com segundas intenções.

Nada disso chegará ao outro lado do ecrã do telemóvel: a pressa, a hesitação, a tristeza. As palavras chegarão desacompanhadas.

Será preciso confiar no talento do remetente em passar a emoção e os sentidos junto de cada frase.

Como pouquíssimas pessoas têm esse dom, uma mensagem sensível poderá ser confundida com secura, tudo porque faltou um par de olhos, faltou um tom de voz.

Se passou a desprezar alguém, pode escrever "não te quero ver mais". Se gosta muito de alguém, mas a falta de sintonia pode magoar, poderá dizer "não te quero ver mais".

Uma mesma frase e duas mensagens diferentes. Palavras são apenas resumos dos nossos sentimentos profundos, sentimentos que para serem explanados precisam mais do que um sujeito, um verbo e um predicado.

Precisam de toque, visão e audição.

Desassossego virtual é bom, mas o teclado ou o WhatsApp ainda não dão conta de certas subtilezas.

Quanto ao meu “Amigo” virtual, acho que tive sorte e que foi uma boa surpresa. Felizmente eliminei os anteriores, que pouco ou nada tinham na cabeça.

 


 

O meu Amigo virtual faz-me bem. Faz-me bem todas as noites nas nossas conversas com horas marcadas.

Faz-me bem olhar para a cara dele, poder sentir a presença dele, mesmo que não fisicamente.

Faz-me bem a sua atenção, a sua preocupação por mim e fico emocionada, felizmente emocionada por motivos que são só meus (não revelo quais) …

Tudo começou por umas simples perguntas engraçadas, inteligentes e respeitosas.

E hoje, esse simples “olá, boa noite” já me deixa feliz!

Sinto cada palavra, cada frase que essa pessoa me diz. E às vezes o meu coração bate, como pode? Não sei explicar.

Infelizmente existe uma grande distância entre nós. Distância que desaparece quando eu fecho os olhos, e se o imagino ao meu lado, começo a rir sentindo-o, é espontâneo.

Os olhos dele, a boca, o seu cabelo, a barba dele, a forma dele ser, sim, gosto!

Apetece-me um abraço, mas não sei se o momento é o adequado ou se alguma vez o vai ser.

Gosto de ir ao meu ritmo. Gosto de não forçar, mas imagino esse abraço sim!

E se não der, paciência. O meu mundo não vai desabar, o meu chão não vai cair.

 


 

Contudo, nada disto foi em vão. Afinal de contas, conheci alguém de quem gostei e que sempre, até agora, soube respeitar-me, a mim e ao meu espaço.

Lamentaria por não o ter tocado ou abraçado. Só agradeço por tê-lo conhecido.

Ele faz-me bem. Espero não vir a escrever esta frase no “pretérito perfeito”.

Resumindo: A Ver Vamos! Afinal de contas Roma e Pavia não se fizeram num dia!

 


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