É complicado eu sei, mas dá vazão à nossa vã necessidade de tudo explicar. Os humanos são imperfeitos e não vêm com garantias. As pessoas traem por tantas razões que a lista deve ser infinita:
Pela sensação de perigo;
Pela sensação de poder;
Por vingança;
Por necessidade de autoconfiança;
Por vaidade;
Por insatisfação;
Pela cultura;
Pelo novo;
Por carência;
Para experimentar;
Por status;
Por que acham que estão a ser traídos;
Por que não confiam em ninguém e querem trair primeiro;
Por não terem certeza de que estão com o melhor;
Para ter a certeza de que amam;
Por que a relva do vizinho é sempre mais verde;
Pela sensação de liberdade;
Por que pedra que rola não cria limo;
Quem come mal, está sempre a beliscar;
Por nada.
“Se a razão fosse o critério para que as coisas tivessem permissão para existir, o mundo seria uma vasta plantação de soja.” Tom Stoppard
O facto é que, independente das razões, o ser humano é passível de erro e as pessoas traem, ou são traídas. A escolha é entre gostar ou suportar.
A carne é fraca, todos nós sabemos.
Na minha sórdida pesquisa, descobri que nada impede que se procure uma terceira pessoa. Hoje em dia tornou-se tão fácil trocar que é quase lugar comum.
Os homens precisam apenas de um lugar, as mulheres, de um motivo.
Desejar é da natureza humana. Todos nós desejamos! Não interessa o quão politicamente incorrecto isso é.
É muito simples trair. Basta querer. Porém, quem precisa de uma “muleta” num relacionamento, deve parar e reflectir seriamente sobre os seus ideais. Pelo menos na teoria, quem ama respeita e quem respeita não trai.
Homens e mulheres estão frustrados e carentes, pois esperam o que o outro não pode dar. Os homens ainda idealizam uma mulher perfeita e as mulheres ainda idealizam um companheiro que as apoie e ajude. O cenário é de pura reivindicação e isso abre brechas para que o desinteresse se instale e surja a infidelidade. Nesse cenário a infidelidade é quase sempre uma fuga.
Tanto faz se a traição tem origem numa insatisfação consigo mesmo, ou com o outro. A traição é uma defesa e tem fortes componentes de vaidade e narcisismo.
A falta de comunicação entre os casais é um dos factores que levam à infidelidade. São situações nas quais os envolvidos deixam de dialogar entre si, transferindo essa comunicação para outra pessoa, optando por uma saída aparentemente mais fácil. Excluem, por vários motivos, a possibilidade de crescer com seu parceiro e passam a acreditar que só terão alegrias fora do casamento. Nesses casos, eles não abrem espaço para a autocrítica, os elogios caem em desuso e as fantasias são jogadas sob o tapete. Não há estímulo que resista a isso, principalmente se a questão é agravada pelo ciúme e pelo sentimento de posse. Seria mais adequado tentar reencontrar a harmonia, em vez de utilizar uma terceira pessoa como alicerce permanente de uma relação que vai mal.
O homem costuma viver a infidelidade como um caso superficial. As mulheres costumavam envolver-se, mas hoje já não é essa nossa realidade. Ainda assim, procuramos fantasias e a afirmação da nossa feminilidade. Para muitas mulheres, a infidelidade enriquece o quotidiano, testa a capacidade de sedução e aumenta o auto-conhecimento. As mulheres latinas confundem ter um casamento com felicidade. As mulheres quando descobrem a traição adoptam a postura de mãe compreensiva. Os homens traídos fazem o possível para fingir que não sabem, pois se souberem terão que tomar uma atitude perante a sociedade. De qualquer modo, a menos que a relação seja totalmente destituída de sentimentos, é difícil suportar a infidelidade. Actualmente as mulheres recusam o papel de traída e separam-se!
Suportar o sofrimento da traição e tentar dar a volta por cima, já não é uma exclusividade feminina.
Geralmente exageramos na expectativa do outro, o que sempre causa frustrações.
Distúrbios afectivos têm 50% dos casos ligados ao medo da traição.
Outro factor que contribui é a intimidade excessiva. A rotina, o nada de novo em que se transformam os casais. Afinal, convenhamos, é duro sentir qualquer tipo de desejo por uma mulher cheia de complicações e cremes na cara ou por um homem que coça os tin tins e dá puns.
Neste ponto de vista, talvez a infidelidade ajude o casal. Ela dá uma remexida na acomodada vida a dois e obriga-nos a reconquistar o que já julgávamos nosso. Mexe com os nossos brios. Se tudo acabar bem, serão feitas re-escolhas e essa possibilidade de ser re-escolhida(o), é um privilégio. Não podemos negar.
O problema é que escorregadelas podem virar tombos doloridos.
Existem pessoas que traem para suportar o que falta no companheiro, mas não existe no mundo todo pessoas capazes de preencherem todas as nossas necessidades.
A traição tem a primeira brecha quando o respeito que existe na relação acaba.
A infidelidade é quase sempre uma consequência. Quando as coisas não vão bem, essa é uma via frequente para outro relacionamento, onde você procura o que falta no seu. Como se a covardia de se tomar as decisões doloridas, mas necessárias, fosse um certificado dando o direito de trair.
Pesquisas revelam que quando as mulheres são infiéis, elas sentem-se mais jovens e bonitas, recuperam a vaidade e passam a usar lingeries que valorizem as formas. Já para os homens, os sinais são olheiras e perda de cabelo.
Parece que o sentimento de culpa afecta mais o género masculino, o que é facilmente explicável, pois as mulheres só traem quando estão no limite, então não carregam nenhuma culpa por isso, pois acham que os “cornos” são merecidos.
Ao contrário do que se pensa, o(a) traidor(a) não é um(a) delinquente afectivo(a) (salvo excepções), nem um(a) negociador(a) de relacionamentos.
O pior é que quem trai, para expiar a culpa, a projecta no(a) outro(a), que de vítima, passa a ser objecto de ódio, iniciando um círculo vicioso. Eu traio-te - eu odeio-te por isso - eu traio-te...
E não se engane. Traição sem culpa não existe. É um mito. Alguém sempre vai sair magoado e você sentir-se-á o último de sua espécie.
Traição quase nunca é um desporto social.
Anyway... Tesão não tem estado civil!!!!!
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